Unidade especial na Polícia Civil reduz roubo de cargas no RS

Apesar dos dados positivos, empresários sustentam que a sensação de insegurança permanece

Com a criação de uma nova estratégia a Polícia Civil acredita ter encontrado uma eficiente receita para o enfrentamento ao roubo de cargas no Rio Grande do Sul. A fórmula, de acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), consiste no somatório de rápida comunicação das vítimas à pronta resposta das autoridades. O resultado foi a queda 43,14% com relação a 2022.

“Treinamos uma unidade especial, que fica de prontidão 24 horas por dia, aos sete dias da semana, para entrar em ação imediatamente após a comunicação de um assalto. Este grupo está posicionado estrategicamente, equipado e treinado para enfrentar grupos armados, interceptar criminosos em deslocamento, recuperar cargas e veículos”, define a diretora do Deic, delegada Vanessa Pitrez.

A delegada explica que canais de comunicação foram estabelecidos com as transportadoras para que os alertas sobre crimes cheguem com mais brevidade. Ferramentas tecnológicas têm sido aprimoradas, com base em geolocalização e mapeamento de ocorrências, para aplicação de análises pelo setor de inteligência do departamento.

 “A investigação está cada vez mais qualificada, com uso de recursos digitais e análise de dados”, pontua a delegada Vanessa.

Por questão de preservação da efetividade da estratégia, cujo funcionamento teve início em fevereiro de 2023, a diretora do Deic não revela quantos agentes compõem o grupo tático, nem divulga onde são as bases de prontidão da força especial.

“Trabalhamos sob a ótica de que o emprego da nova estratégia tem resultado na queda de ocorrências, na desarticulação de quadrilhas, com prisões, apreensões de armas e recuperação de produtos roubados”, define.

As cargas preferidas

Detalhamento do estudo mostra que tabaco (31,04%), produtos agrícolas (24,14%) e eletroeletrônicos (10,34%) lideram a listagem dos bens mais cobiçados. Entre os produtos do agronegócio, 64% são defensivos, 29% são grãos e 7% são cargas diversas de produtos agrícolas. A Overhaul menciona no documento que veículos também são subtraídos e, prevalentemente, desmanchados para venda avulsa de peças.

Transportadoras: sensação de insegurança

Empresários sustentam que a sensação de insegurança permanece, apesar dos dados positivos. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do RS – SETCERGS, Sérgio Gabardo, a circulação de cargas pelas rodovias enfrenta o risco pela precariedade nos pontos de parada para refeições e descanso.

“Existe um sentimento de tensão, sobretudo sobre aqueles trabalhadores que conduzem cargas valiosas e caminhões de grande porte (valor elevado de mercado). Não contestamos os dados oficiais, mas a insegurança é um componente que impacta no custo das operações, afasta motoristas da atividade e aumenta o valor dos seguros, tanto para cargas, quanto para veículos”, descreve Gabardo.

Segundo o presidente do Setcergs, a frota nacional de transportadores de cargas é superior a 40 mil caminhões.

Fonte: GZH

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