O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio, passando de 25% para 50%. A medida, que entra em vigor nesta quarta-feira (04/06), atinge diretamente o Brasil — segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano — e deve impactar diversos segmentos da economia, incluindo o Transporte Rodoviário de Cargas e Logística (TRCL) do Rio Grande do Sul.

Em 2024, o Brasil exportou 5,3 milhões de toneladas de aço aos EUA, tanto de forma direta quanto via México. Cerca de 90% desse volume é de produtos semiacabados, como placas, utilizadas por siderúrgicas americanas na fabricação de veículos, eletrodomésticos e maquinário industrial. O setor de alumínio, embora menos dependente do mercado norte-americano, também poderá sofrer reflexos: 15% das exportações brasileiras do produto tiveram os EUA como destino em 2023.

A justificativa do governo americano é conter a entrada de aço e alumínio considerados “despejados” a preços baixos por países estrangeiros. A nova tarifa visa “apoiar as indústrias locais e proteger a segurança nacional”, conforme texto oficial do decreto.

A ação ocorre em um contexto eleitoral estratégico para Trump, que fez o anúncio em visita à US Steel, na Pensilvânia — estado chave na disputa presidencial e centro tradicional da indústria siderúrgica.

Para empresários do setor de transporte de cargas, o alerta está ligado aos efeitos em cadeia: custos mais altos nos insumos industriais podem reduzir o volume de cargas transportadas e alterar a dinâmica logística de setores como automotivo, metalmecânico e eletroeletrônico.

Fonte dos dados: Correio do Povo com agências internacionais