Crescimento das compras da China e alta do dólar pressionam indústria automotiva brasileira
O ritmo acelerado das importações de autopeças no Brasil acendeu um sinal de alerta para o setor automotivo. De janeiro a setembro de 2025, as empresas importaram US$ 18,01 bilhões, um aumento de 16,1% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados do Sindipeças. Já as exportações somaram US$ 6,2 bilhões, o que ampliou o déficit da balança comercial do setor para US$ 11,7 bilhões, alta expressiva de 21,7%.
O presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, atribui o aumento à mudança na arquitetura dos veículos mais vendidos, como os SUVs, que exigem maior volume de componentes importados. “As montadoras buscam elevar o valor agregado dos modelos, e isso tem impulsionado a entrada de peças de fora do país”, explicou em entrevista ao portal Transporte Moderno.
A China segue como principal origem das importações, com US$ 3,31 bilhões e participação de 18,4% no total, seguida pelos Estados Unidos (10,5%), Japão (9,2%), Alemanha (8,8%) e México (7,5%). O aumento da participação chinesa reflete a valorização do real e a reconfiguração das cadeias globais de suprimentos diante da guerra comercial entre China e EUA.
Nas exportações, a Argentina se mantém como principal destino, com US$ 2,38 bilhões (38,3% do total e alta de 21,4%), puxada pela retomada do mercado automotivo no país vizinho. “O desafio é manter esse desempenho, pois as tensões cambiais e políticas argentinas ainda geram incertezas”, avaliou o diretor de economia e mercados do Sindipeças, George Rugitsky.
Fonte: Transporte Moderno / Sindipeças / Edição Jornalismo SETCERGS