
Com o avanço da inteligência artificial, ética e governança algorítmica se tornam temas centrais nos negócios — e o setor de transporte e logística não pode ficar para trás
A inteligência artificial (IA) já está transformando o mercado e já impacta o setor de transporte — seja em roteirização inteligente, análise preditiva de manutenção ou sistemas de recomendação e segurança. Mas, à medida que essa tecnologia avança, cresce também a necessidade de pensar estrategicamente sobre os limites éticos de sua aplicação. É nesse contexto que surge uma nova figura no cenário empresarial: o Chief AI Ethicist, ou Diretor de Ética em Inteligência Artificial.
A função vem ganhando espaço em empresas dos mais diversos setores e deve se tornar uma exigência legal nos próximos anos, especialmente com o avanço das regulamentações, como o AI Act da União Europeia e as discussões no Congresso Nacional sobre o marco legal da IA no Brasil. Para o setor TRCL, que lida com dados sensíveis, segurança de operações e impacto direto na sociedade, essa é uma agenda que exige atenção imediata.
Na prática, a IA já influencia decisões em processos logísticos como seleção de motoristas, definição de rotas, monitoramento de jornada e análise de performance. Se mal aplicados, esses algoritmos podem gerar vieses, reforçar desigualdades ou comprometer a privacidade de colaboradores e clientes.
O Chief AI Ethicist atua exatamente nesse ponto: cria diretrizes, acompanha o desenvolvimento de soluções tecnológicas, propõe comitês de ética e capacita lideranças para lidar com dilemas reais, como decisões automatizadas em recrutamento ou classificação de risco.
O mercado global de governança de IA, que inclui essa estrutura ética, deve saltar de US$ 890 milhões em 2024 para US$ 5,77 bilhões em 2029, segundo a consultoria MarketsandMarkets. Já uma pesquisa do IBM Institute for Business Value revela que 75% dos executivos de tecnologia consideram a ética em IA uma vantagem competitiva.