Entidade defende avanço nas negociações entre Lula e Trump para conter retração do comércio bilateral
As exportações brasileiras afetadas pelas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos registraram queda de 25,7% em setembro de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA, divulgado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil). O percentual é superior à retração média total de 20,3%. Em contrapartida, os produtos isentos de tarifas tiveram alta de 12,3%, impulsionados pelas vendas de petróleo e derivados.
De acordo com o presidente da Amcham, Abrão Neto, o resultado reflete o peso das tarifas sobre o desempenho exportador brasileiro. “Os dados de setembro reforçam o impacto das tarifas sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos. O avanço das negociações entre os dois governos será fundamental para reequilibrar o comércio bilateral”, afirmou.
A entidade destacou ainda que o recente telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump sinaliza uma tentativa de retomada do diálogo. A expectativa é de que as conversas possam reduzir as barreiras e restaurar a previsibilidade no fluxo de exportações e investimentos entre os dois países.
Entre janeiro e setembro de 2025, as exportações industriais brasileiras para os EUA somaram US$ 23,3 bilhões, alta de apenas 0,4% sobre 2024. Já as importações de produtos americanos cresceram 11,8% no período, ampliando o superávit dos EUA para US$ 5,1 bilhões.
A queda nas exportações impacta diretamente o transporte rodoviário de cargas, especialmente nas operações logísticas ligadas aos portos e corredores de exportação, reduzindo a demanda por fretes industriais e afetando o fluxo de escoamento de produtos brasileiros com destino ao mercado norte-americano.