Indústria de pneus sofre impacto com taxação dos Estados Unidos

Tarifa de até 50% sobre exportações preocupa setor e mobiliza negociações com governo brasileiro

Desde 6 de agosto, pneus agrícolas, de carga e de motocicletas produzidos no Brasil passaram a ter taxação adicional de 50% ao entrarem nos Estados Unidos. A medida, em vigor por decisão do governo norte-americano, intensifica a preocupação do setor, que já enfrentava tarifas emergenciais e aumento de custos. Pneus de passeio seguem com taxa de 25% e os de aeronaves, não fabricados no Brasil, receberam acréscimo de 10%.

Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), os Estados Unidos representam 38% das exportações brasileiras de pneus de carga, 34% das de passeio e 8% das de motocicletas. No primeiro semestre de 2025, foram enviadas 1,9 milhão de unidades para o mercado norte-americano, do total de 5,5 milhões exportados.

As tarifas geram grande preocupação, pois afetam empregos, investimentos e reduzem a compra de matérias-primas locais. A Anip tem articulado reuniões com o governo federal, governos estaduais e entidades como CNI, FIESP e FIEB para apoiar nas negociações com os EUA.

O impacto é mais forte em estados como São Paulo, responsável por mais da metade da produção exportada, e Bahia, com quase um quarto da participação nacional. O Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná também abrigam fábricas com operações relevantes de exportação.

O setor defende a continuidade do diálogo com base em dados técnicos, alertando que as tarifas trazem prejuízos para ambos os mercados e podem comprometer fábricas brasileiras que produzem exclusivamente para atender o mercado norte-americano.

Fonte: Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).

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