Aumento do preço do diesel no mercado internacional eleva defasagem

Gasolina também sofre pressão de alta

O aumento do preço do diesel no mercado internacional tem elevado sua defasagem em relação ao combustível vendido no Brasil. No levantamento feito pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a diferença entre o preço médio nas refinarias brasileiras e o do Golfo do México subiu para 14%. Para voltar à paridade, seria necessário um aumento de R$ 0,83 por litro, calcula a entidade.

A pressão de alta tende a piorar, segundo especialistas, devido a fatores como fechamento de refinarias na Europa e a proximidade da proibição de importações da Rússia, o que deve reduzir ainda mais a oferta global.

A maior disparidade está sendo observada nas refinarias da Petrobras, enquanto a Acelen, na Bahia, única refinaria de grande porte privada do País, está alinhada com o preço externo, devido a reajustes semanais – com uma diferença de apenas 1% na comparação com o preço do Golfo do México.

A unidade baiana, responsável por 14% do refino do Brasil, fez o terceiro aumento no mês no último sábado, chegando a repassar uma alta de até 8,9%.

Enquanto isso, a Petrobras mantém o preço congelado há 28 dias.

Na semana passada, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, admitiu que a companhia reduziu os preços dos combustíveis em velocidade maior do que a aplicada em caso de aumentos, a fim de acompanhar os preços de paridade de importação, e que isso seria “em benefício da sociedade brasileira”.

Gasolina

No caso da gasolina, com a demanda menos pressionada, o aumento deveria ser de R$ 0,24 por litro, devido a uma defasagem média de 7%, segundo a Abicom. A Petrobras não reajusta o preço da gasolina há 46 dias, e mesmo assim o combustível voltou a subir nos postos na última semana, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A Petrobras estaria sendo pressionada pelo governo a manter os preços até o fim do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 30. O objetivo seria favorecer a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Em nota, a estatal informou que o objetivo da companhia é não repassar a volatilidade do mercado internacional para o mercado interno, e afirmou que “não existe uma referência única e percebida da mesma maneira por todos os agentes, sejam eles refinadores ou importadores”.

Fonte: O Sul

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