Consumo de serviços de infraestrutura despenca na pandemia

Transporte de carga está contribuindo para a recuperação

 

 

O Índice Abdib-Vallya de Infraestrutura, composto pelas variáveis para os setores de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, energia elétrica e telecomunicações, mostra que a recuperação ao longo de 2020 teve um formato de V alongado (nike), todavia ainda sem perspectivas de quando a demanda retornará ao patamar pré-pandemia.

O resultado auferido mostra que os setores de energia elétrica, transporte de carga e telefonia móvel são os segmentos que mais contribuíram para a recuperação, demonstrando bons sinais de resposta da economia. Por outro lado, o segmento de transporte de passageiros, rodoviário e aeroportuário ainda enfrenta dificuldades, com patamar de demanda muito inferior ao momento pré-crise.

Desde setembro de 2020 a demanda agregada nas áreas de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos se estabilizou em patamar 10% inferior ao nível pré-pandemia. A segunda onda de contaminação sentida no início de 2021 atenuou ainda mais a situação apontando para o início de uma nova tendência de queda em março de 2021. Neste mesmo mês, o índice dessazonalizado apresentou uma queda de 11,61% comparado a fevereiro de 2020.

Segundo Igor Rocha, diretor de Economia e Planejamento da Abdib, foi possível verificar grande heterogeneidade entre os setores de infraestrutura. Aqueles mais associados e dependentes do escoamento da produção do agronegócio acabaram por se beneficiar em termos relativos. O setor de energia e de telefonia móvel também tiveram um comportamento distinto devido ao primeiro ser um serviço essencial e o segundo pelas atividades de home office contemplando sobretudo a internet de banda larga.

Segundo João Pedro Boskovic Cortez, sócio da Vallya, o crescimento simultâneo dos Estados Unidos e China foi determinante para a recuperação do setor de carga. A alta demanda por commodities e alimentos gerou uma perspectiva de superávit recorde da balança comercial brasileira e impulsionou a demanda pelo uso de infraestrutura. Outro fator foi a migração acelerada para o e-commerce, setor que depende das cadeias logísticas. A preocupação fica pelo lado da movimentação de passageiros, cuja retomada dependerá diretamente do ritmo da vacinação, da geração de empregos e dos novos costumes pós-pandemia.

O Índice Abdib Vallya de Infraestrutura cresceu 4,78% (0,67% ao ano) nos sete anos encerrados em 2019. Em 2020, a queda foi de 8,95%, mais que o dobro da retração do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Em março de 2021, ainda acumulava retração de 3,41% em relação ao nível pré-pandemia e de 6,61% em relação a março de 2019. Ainda se encontram em patamar inferior ao verificado dois anos antes os transportes de passageiros rodoviário (-16%) e aeroportuário (-55%).

Fonte: Abdib/Folha de São Paulo

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